segunda-feira, 28 de abril de 2008

Criadores de vírus agora colocam avisos de copyright

É, é isso mesmo. Eu estou rindo até agora, imaginando os criadores de vírus, trojans e keyloggers reclamando de... atitudes ilegais? Quebra de contrato? Sei lá, me parece meio esquisito...

Isso serve para mostrar a total desconfiança entre aqueles que criam as pragas e aqueles que as compram - sim, porque elas são compradas. Possuem suporte técnico (!!!), versões e garantias contra bugs. A Symantec publicou alguns screenshots em seu blog. Vale à pena dar uma conferida.

O interessante é que uma das ameaças é a de... enviar o binário vendido ao cliente para as empresas de antivírus! O brave new world, That hath such people in't!

A notícia está aqui, no bom e velho The Register. :)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

All Your music are belong to us! A tale of DRM, by Microsoft.

Todos nós gostamos de música. Alguns de nós possuem bom gosto - outros nem tanto. Picuinhas à parte, nós temos nossas coleções de CDs, fitas K7 (alguém ainda tem isso?), LPs (Eu tenho! Eu tenho!)... e gostamos de criar coletâneas.

Quem nunca gravou as músicas preferidas para ouvir no carro? Quem nunca regravou uma coletânea - por ficar cansado de umas faixas?

É muito simples, não é? Afinal nós compramos a mídia - seja ela CD, fita, MD - e podemos reproduzi-la quantas vezes quisermos, no aparelho que quisermos e para os fins que desejarmos.

Não, não estou incentivando a pirataria. Mas sempre tivemos o direito de criar coletâneas, comprar um CD Player mais novo, mudar o nosso computador... e nossas queridas musiquinhas continuam tocando. Certo? Em termos.

A indústria de entretenimento gosta muito de uma coisa chamada DRM (Digital Rights Management). O objetivo nominal é proteger os direitos autorais de quem criou a obra. Mas o resultado final é que você, consumidor, não é mais proprietário nem mesmo da mídia pela qual você pagou. Que você não tenha direitos plenos sobre a obra, tudo bem. Que precise pagar mais para reproduzi-la em locais públicos - vá lá. Mas que não possa mais decidir ONDE, QUANDO e QUANTAS VEZES vai reproduzir o conteúdo? Você pagou por este direito! E é o que o DRM faz.

Exagerado? Comunista comedor de criancinhas? Mais um safado que só deseja música de graça? Nops. Antes de mais nada, vejam esta notícia. Interessante, não?

Para os que não desejam ler a coisa, estão com preguiça ou sem tempo: A Microsoft vende músicas (bom, vendeu) através de um serviço do MSN - o MSN Music Store. Lindo e conveniente, não? Basta abrir seu MSN que ele te leva até o site, onde podemos comprar diversas músicas. Sem ficar procurando nos torrents, sem baixar arquivos ruins e/ou vírus. Com aquele sentimento agradável de "não estou roubando o trabalho de ninguém". Mas o serviço está sendo interrompido. Na verdade, em 31 de agosto de 2008 os servidores de autenticação serão desligados.

Peraí. Servidor de autenticação? Música? Tem alguma coisa errada. Eu não quero fazer porcaria de login nenhum - eu quero é tocar a minha música! Eu PAGUEI por ela!

Começa a entender.

A música pela qual você pagou (pagou pelos direitos de reprodução na verdade, mas...) é entregue criptografada (por favor não usem "encriptada" que isso é coisa de defunto no cemitério) para você. Seu computador não consegue descriptografar o arquivo sem a chave. E esta é fornecida a você pela Microsoft, através dos servidores de autenticação. Na verdade fornecida a seu software.

E estes mesmos servidores serão desligados 31/08/2008. Você ainda será capaz de reproduzir as músicas em qualquer micro que tenha sido autorizado por você - afinal basta uma comunicação com ele para que seu programa tenha a chave para tocar a música. Mas esta chave é apagada quando você reformata a máquina. Ela se torna inválida se você fizer um upgrade de Windows XP para Windows Vista. Que diabos, atualize de Windows XP Home para Windows XP Pro e ela deve pifar também. Mude de computador e você não terá mais chave para tocar o conteúdo que você comprou.

Exagero meu? Alarmismo? De modo nenhum. A idéia básica do DRM é exatamente esta: controlar aonde e como o consumidor pode reproduzir o conteúdo. Sim, este sistema pode ser quebrado. Na verdade ele costuma ser quebrado em pouco tempo. Mas... nos EUA (por exemplo) simplesmente TENTAR isso é ilegal. Aqui no Brasil engenharia reversa de software é legal - você se habilita? Horas e horas de um trabalho altamente qualificado, extremamente difícil e com conhecimento profundo de criptografia, para que possa continuar a tocar as músicas PELAS QUAIS JÁ PAGOU? Não? Nem eu.

Como resolver este problema? Vote com sua carteira. Bata no único lugar em que dói nas empresas: no bolso. Não compre material com DRM. Diga para as empresas isso. Mostre a eles que esta atitude não te agrada. Duas pessoas reclamando não incomodam a Sony. 500 pessoas reclamando são fichinha. 10000 pessoas ligando e entupindo o serviço de atendimento ao consumidor começarão a chamar a atenção. Principalmente se isso for acompanhado a um declínio nas vendas de material protegido por DRM.

Sim, é possível que isso diminua seu acesso a algumas coisas. Mas de que vale comprar algo que, no final das contas, não possuímos?

Um último lembrete: Não pense que é só a Microsoft que faz isso. Nada poderia estar mais longe da verdade. Se você se depara com um arquivo que precisa ser "autorizado" para ser reproduzido em outra máquina, se você precisa de um único e determinado software para reproduzir aquele arquivo, se ele parece ter um formato padrão mas não reproduz em diversos lugares livremente... você acabou de tropeçar em algo com DRM. Fuja do produto como o Diabo da Cruz.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Bêbados cantando

É, é isso mesmo. Não, não fiquei doido. Pelo menos, ainda não. Não, não tem nada a ver com TI - mas nem só de silício vive o homem, não é? :)

Chego em casa e encontro minha muito querida esposa ouvindo este negócio. Ouvindo não - vendo, já que era um vídeo no Youtube! Minha primeira reação foi algo nas linhas de "mas que diabos...?". Aí eu parei para escutar um pouco - e comecei a rir.

O vídeo é este aqui:

Parece um bando de gente bêbada cantando. A letra é hilária.

Gogol Bordello - Start Wearing Purple

"Start wearing purple, wearing purple
Start wearing purple for me now
All your sanity and wits, they will all vanish
I promise, it's just a matter of time

So yeah, start wearing purple, wearing purple
Start wearing purple for me now
All your sanity and wits, they will all vanish
I promise, it's just a matter of time

I met you were a twenty and I was twenty
But thought that some years from now
A purple little little lady will be perfect
For dirty old and useless clown

So yeah, start wearing purple, wearing purple
Start wearing purple for me now
All your sanity and wits, they will all vanish
I promise, it's just a matter of time

I know it all from Diogenis to Foucault
From Lozgechkin to Paspartu
I ja kljanus obostzav dva paltza
Schto muzika poshla ot Zvukov Mu!

So yeah, start wearing purple, wearing purple
Start wearing purple for me now

Start wearing purple for me now!

All your sanity and wits, they will all vanish
I promise, it's just a matter of time

So Fio-Fio-Fioletta! Etta! Va-va-va-vaja dama ti moja!
Eh podayte name karetu, votetu, i mi poedem k ebenjam!

So yeah, start wearing purple, wearing purple
Start wearing purple for me now
All your sanity and wits, they will all vanish
I promise, it's just a matter of time"

sábado, 12 de abril de 2008

Phenom à vista no Brasil! :)

Recentemente começaram a aparecer os Phenom Quad-Core nas lojas no Brasil. São poucos, mas relativamente baratos. É possível comprar um 9600 Box (quatro cores, 2,3 GHz) por R$ 750. Muito caro? Sem problema: tem o 9500 (quatro cores, 2,2 GHz) por R$ 530,00.

Não é uma maravilha? Agora temos acesso a uma máquina com 4 cores - e pagando R$ 530,00 pela CPU! Claro, nem tudo são flores. Nunca é.

Antes de mais nada, para acalmar o povo da Intel: Sim, eu sei que existe quad core intel. Sim, eu sei que os Core 2 são mais rápidos que os Phenom. Mas... esta notícia é sobre os Phenom! Não sobre os Cores 2!

Bom, agora que o aviso já está dado, o pepino: As séries 9500, 9600, 9700.. são afetadas pelo bug no cache L3. O problema foi corrigido por uma atualização nos BIOS das placas-mãe - mas implica em 10% de perda de desempenho. Este bug foi removido no stepping B3, e está presente até o stepping B2. Como se livrar deste problema? Simples. As séries terminadas em "50" (9650, 9750...) não apresentam ele. Para variar resolveram despejar o lixo por aqui, para tentar vender o encalhe.

Então, já sabe: fique de olho, e leve os terminados em "50", não em "00".

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Banda larga no Reino Unido - nem tudo são flores

Esta aqui é para lavar a alma dos que sofrem com a nossa banda estreita: Lá no Reino Unido a banda está cada dia menos larga - e os provedores inventam coisas bizarras para vender o lixo.

Exemplos:

1) Conexões ilimitadas - que não são ilimitadas! Existe um termo de uso, dizendo que é ilimitado mas você não pode usar direto!
2) Velocidades de "até 8 Mbps" (up to). É, é isso mesmo. As velocidades são anunciadas desta forma - e não é um outro outro caso não. Então você paga por "up to 20", e eles entregam... 10? 5? 18? Deus sabe.
3) Shapper é algo muito utilizado, e nem sempre em termos gentis com sua banda.
4) A contenção (banda vendida dividida por banda efetivamente disponível) bate níveis altíssimos - muitas vezes chegando a 50 para 1.
5) E, agora, o melhor! O que realmente motivou este meu post! A BBC começou um serviço de vídeo. Online. Comedor de banda mesmo. E os provedores de acesso estão reclamando - gritando que a rede não aguenta! Estão dizendo - acreditem! - que a BBC devia ajudar com os custos!

Peraí. O usuário não paga pela conexão? O provedor de acesso não vendeu uma conexão anunciada como "ilimitada"? Como assim a conexão (já paga) ilimitada não suporta a demanda da BBC?

É, pois é. Apenas para vocês verem que não é só aqui que tem empresa nojenta aprontando com o consumidor...

Desta vez os links vão separados do texto:

Explicação dos motivos econômicos para a choradeira dos ISPs
Lenha na fogueira: BBC manda os ISPs se danarem
O pepino, olhado de maneira técnica

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Porco-espinho ou estrela ninja?

Não, ainda não fiquei doido. É apenas que um cidadão da Nova Zelândia foi preso, após usar um porco-espinho como estrela ninja contra um adolescente de 15 anos.

Sim, ele atingiu o alvo. Sim, o moleque ficou com a perna cheia de furinhos (porque será?). Sim, o porco-espinho estava morto quando foi recolhido como prova. Não, não se sabe se o bicho estava vivo quando foi arremessado.

O que isso tem a ver com TI? Nada. Mas não resisti: tive que postar esta estupidez... :D

sábado, 5 de abril de 2008

O quão estúpido alguém pode ser?

Aparentemente a resposta é "até o infinito". O DHS (Department of Homeland Security, EUA) está estudando a instalação de um sistema para proteger os aviões comerciais de mísseis portáteis lançados por terroristas perto dos aeroportos.

Não vou entrar no mérito da questão de porque um terrorista gastaria esta quantia imensa em tecnologia - quando por muito menos ele poderia alvejar o avião com uma .50 antiaérea.

Não vou perguntar de onde tiraram esta idéia - já que não me lembro de algo assim já ter sido tentado antes. Lembrem-se: é o departamento de "Homeland Security". Estamos falando de aeroportos DENTRO do território norte-americano. Não de bases militares avançadas.

O mais legal de tudo - e aí sim reside a estupidez atroz da história toda - é COMO eles pretendem proteger os aviões.

Você, leitor arguto, deve ter pensado agora: "Ué, vao explodir a coisa em vôo, não?". Afinal de contas esta é a idéia de qualquer ser humano razoavelmente normal. Após o míssil ser lançado a única maneira razoável de se proteger um aeroporto é destruindo a ameaça. Quem dera que todos pensassem assim.

A Raytheon (alguém aí lembra dos radares do SIVAM?) apresentou a seguinte proposta: Diversas câmeras infravermelhas monitorariam a área do aeroporto. Elas detectariam o lançamento de um míssil, através do escape de gases do mesmo. Ao detectarem a ameaça direcionariam um raio de microondas intenso no alvo. A idéia não é explodir o alvo (!), mas sim destruir/prejudicar seu sistema de navegação.

Sim! É isso mesmo! Eles pretendem impedir que o avião seja atingido tornando o míssil descontrolado! Não é uma gracinha? Um sistema portátil destes tem, facilmente, uns 6 km de alcance total. Admitindo que o míssil simplesmente siga em linha razoavelmente reta... aonde ele iria parar? Isso depende da sua interpretação.

Uma linha reta de 3 km, se contada a partir da cabeceira da pista do Santos Dummont, deixaria uma parcela grande do centro do Rio (tipicamente composto por prédios de mais de 20 andares) exposta. Permitiria ao míssil atravessar a Baía de Guanabara, e atingir o campus da UFF em Niterói.

Se admitirmos uma linha reta de 6 km a coisa é MUITO pior. Não apenas praticamente todo o centro do Rio estaria exposto. Copacabana também - e o centro de Niterói, bem como o estádio Caio Martins, estariam na linha de tiro. Não é uma gracinha?

Isso admitindo um foguete com 3 ou 6 km de alcance. Obviamente quanto menor o alcance menor o risco. Com bastante sorte sobra apenas o aeroporto para ele acertar. Alguns aviões no chão, os depósitos de querosene de aviação, a sala de embarque, as filas da alfândega, o estacionamento para os viajantes... Coisa pouca - e não-inflamável, com certeza.

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