quinta-feira, 27 de junho de 2013

Freiras politicamente incorretas


 É, eu sei, eu sei. O blog é sobre TI, não sobre evitar ofender os outros. Se bem que, levando em conta o que as pessoas pensam sobre TI, acho que o mais correto seria dizer que o blog é EXATAMENTE sobre ofender os outros. Mas eu divago.

Outro dia me deparei com uma pérola rara, um perfeito exemplo de como o politicamente incorreto fazia parte do dia a dia – e ninguém ficou mais (ou menos, vai saber) louco do que nós por isso. Eu acho.

A gracinha em questão é uma música, ensinada às alunas de um tradicional colégio de freiras no Rio de Janeiro. Mais especificamente, o Sacre Coeur de Jèsus – na década de 1950 (por volta de 1957). E, nele, uma das freiras ensinou uma música muito particular. Uma obra que me lembra das maravilhosas fábulas (no original) dos tão celebrados irmãos Grimm.

Era sobre uma velha sergipana. Uma inválida, vejam vocês, que mal se levantava do sofá. Aliás, uma inválida de minguados recursos – pois o sofá era uma das poucas peças de mobiliário existentes na casa. E a música narra os últimos dias de vida desta senhora. Uma verdadeira lição de espírito cristão, um exemplo de fervor religioso. Uma história que termina com tal devota sendo, justamente, levada ao paraíso. Não é de trazer lágrimas aos olhos?

Para seu deleite, consegui que duas ex-alunas (pediram anonimato) cantassem a música – um registro de algo que se perdeu no tempo!

Vejam o vídeo – com a letra nas legendas, se desejarem.





Letra da música “A Velha Sergipana” - Autor desconhecido.

A velha sergipana, jazia na choupana
Sem rede e sem cama, no seu velho sofá
rá, rá, rá, rá

A velha sergipana, jazia na choupana
Sem rede e sem cama, rá, rá, rá, rá
no seu velho sofá

Um dia de madrugada, caiu de uma escada
E com a perna quebrada, nunca mais andará
rá, rá, rá, rá

Um dia de madrugada, caiu de uma escada
E com a perna quebrada, rá, rá, rá, rá
Nunca mais andará

Vieram dos arredores, uma junta de doutores
Para lhe curar as dores, mas remédio não há
rá, rá, rá, rá

Vieram dos arredores, uma junta de doutores
Para lhe curar as dores, rá, rá, rá, rá
mas remédio não há

Para lhe levar em terra, venderam-lhe a panela
A cuia e a tijela, e o seu velho sofá
rá, rá, rá, rá

Para lhe levar em terra, venderam-lhe a panela
A cuia e a tijela, rá, rá, rá, rá
e o seu velho sofá

Morreu com um sorriso, de quem tivera aviso
Que ia ao paraíso, e de lá não voltará
rá, rá, rá, rá

Morreu com um sorriso, de quem tivera aviso
Que ia ao paraíso, rá, rá, rá, rá
E de lá não voltará


Mas eu tenho que confessar uma coisa: sinto falta do politicamente incorreto. As pessoas andam confundindo preconceito com brincadeira, implicância com ofensa e humor negro com crueldade. É preciso saber diferenciar essas coisas, para não nos tornarmos incapazes de rirmos de nós mesmos. Um pouco de senso de humor torna a vida mais leve – e a capacidade de rir de nós mesmos melhora nossa auto-crítica. :D

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Bluetooth novo, vida nova!

Como eu tinha dito no meu post anterior (Headsets Bluetooth e o Brasil), estava para trazer um Sony MW600, pois meu outro fone tinha sido uma decepção. Bom, eu trouxe, e testei.

E adorei! O bicho é bom de verdade! O som é bom, equilibrado (estou ouvindo com o equalizador flat), não decepciona nos graves nem nos agudos. Se eu acho coisa melhor? Acho, claro. Basta pegar aqueles fones de 300 dólares. Esse me custou menos de 70 - impostos (norte-americanos) inclusos.

A parte física é bem padrão:
Um corpo quase cilíndrico, preso às roupas por um (ótimo) grampo plástico. O botão de liga/desliga fica na base, na parte inferior. Na parte superior temos a entrada padrão de 3,5mm para os fones de ouvido. Perto dela, apontando para a frente (estranho, eu sei) temos a abertura do microfone. o botão de atender/desligar chamadas é quadrado, e fica logo abaixo do microfone. Na penúltima foto, onde aparece a escala do volume, é possível vê-lo - bem como a abertura do microfone.

A parte boa, então.

1) Não falha por interferência. Ainda não vi parar uma vez sequer, por causa de poluição do espectro. Nem um solucinho.

2) O volume é bom. Não vou dizer estrondoso. Se o seu problema é arrebentar os tímpanos... procure em outro lugar. Mas ele toca alto sim - e já me peguei baixando o volume mais de uma vez.

3) Os agudos são cristalinos (pelo menos para mim), e indiscutivelmente muitíssimo superiores ao meu antigo.

4) Os graves são bons também. Não ficam com aquele ruído de "fundo de barril". Mesmo com o som no máximo ele não pede arrego. Engoliu a discografia completa do Rammstein sem reclamar - encarando o solo de baixo de "Heirate Mich" no show "Live Aus Berlin". Dia desses ainda jogo "Digable Planets" neles, só para ver o que acontece. "Rebirth of the Slick" é um clássico estoura caixa.

5) Os médios vão bem também. Tocam direito, sem serem estridentes. Pelo menos A Imelda May soa muito bem com eles. :D

6) Os fones originais são ótimos (estou com eles), e realmente isolam o som externo. Para falar com alguém, tenho que tirá-los da orelha - mesmo com o som desligado. Sim, são dos de enfiar na orelha.

7) O microfone funciona bem. Não é a oitava maravilha: esse posto é reservado para os smartphones modernos, com cancelamento ativo de ruído. Mas funciona bem. Consigo conversar na rua, com algum sacrifício. Em locais mais calmos, flui bem. E se for silencioso, a pessoa ouve perfeitamente bem. Sim, dá para usar no campo sem que os grilos atrapalhem. :D

8) Ele tem um visor OLED! Sério! Não é nada muito elaborado, mas é o bastante e muda conforme a situação. Mostra uma barra, representando o volume , quando o alteramos. Mostra o número que está ligando, quando toca o celular. Mostra o tempo de conversa, se estamos em uma ligação. E em repouso, mostra o tipo de conexão (se de áudio ou de chamada) ativa, e a carga da bateria. Ele se apaga, uns 30 segundos depois, para poupar bateria.

A parte ruim.

1) O microfone é bom, mas não excelente. Seria tão bom se eu conseguisse um com cancelamento ativo de ruído. Deve ser porque não quero pagar 300 dólares. Ah, well.

2) A bateria dura 8 horas (segundo a caixa). Com minha mania de ouvir alto, deve durar umas 6 efetivas. Mais do que o bastante para um dia - e normalmente dá para dois e meio. Mas eu sinto falta das 10 horas de autonomia efetiva do meu fone anterior... (ô mania de reclamar)

A parte estranha (é, tem a parte estranha também!)

1) O volume é um "touch volume" (termo inventado por mim). Ele tem uma faixa plástica na lateral, sobre a qual você desliza o dedo para aumentar e diminuir o volume. É mais ou menos a mesma coisa de um touchscreen. A diferença é que não tem tela e não ilumina. Na seção de fotos ela aparece.

E, agora, as fotos do bichinho!

1) Ele (desligado), visto de frente.


O Headset MW600 e seus fones de ouvido

2) O "touch volume" dele. Repare que é apenas uma barra plástica fixa. Ela não se move - você é que desliza o dedo por ela. Interessante.

O "touch volume" pode ser visto aqui

3) Os botões de pausa, play e stop, do lado oposto ao volume. Nada demais aqui - são normais, de apertar.

Botões de avanço, retrocesso e play/pause

4) Tela mostrando o status do dispositivo (conectado via bluetooth, e em standby) e da bateria (cheia).

Status da conexão e da bateria

5) Indicativo do volume. Aparece quando o alteramos.

Indicativo de volume

6) Um detalhe interessante. A marca "Sony Ericsson" aparece, quando ligamos ou desligamos o aparelho. Agora, que a Sony comprou a parte da Ericsson no negócio, imagino que este seja um dos últimos aparelhos a mostrar isso.

Uma marca que não existe mais

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Headsets Bluetooth e o Brasil

A vida sem fios é melhor. Menos enrolação (literalmente), menos coisas para levar. Menos puxadas inesperadas ao prendermos o fio nas coisas, ou pessoas, na rua.

Mas comprar um headset bluetooth no Brasil é uma aventura. Faça o teste: tente comprar um. Mercado Livre não vale - você tem 90% de chance de pegar um vagabundo chinês, que é igual ao bom mas não funciona.

A Nokia lista (ou listava) diversos modelos no site brasileiro. Quase nenhum deles disponível para compra. Anuncia para que?

Samsung, Motorola e Sony têm (ou tiveram) modelos anunciados no site brasileiro. Mas vai tentar comprar...

A Philips é exceção. Consegui comprar um headset bluetooth, estéreo. Modelo SHB6110, que veio para substituir meu finado Nokia BH-214. E é sobre o Philips que este post fala.

Primeiro, a parte boa:
Ele é leve, se colocado corretamente não incomoda, tem umas boas 12 horas de autonomia real e parece ser bem resistente - estou com ele tem uns 3 meses, e não mostra sinais de uso. Carrega via mini-USB, então não é difícil recarregar quando preciso. O visual é discreto, os botões são precisos e não chama atenção. Os leds indicativos são bons, e fornecem uma indicação simples de carga quando ligamos o aparelho. Não é a oitava maravilha, mas funciona.

Agora a parte ruim:
O microfone dele é uma tristeza. Não é que não pegue sua voz - ele pega. A sua voz. A do cara atrás de você, na frente, do lado, de quem está do outro lado da rua... e por aí vai. Nem sonhe em tentar manter uma conversa em um local mais barulhento que a roça. E não pense na roça à tardinha - porque os grilos e sapos não vão deixar você conversar.
A recepção dele é boa - se não houver outro sinal. Existem lugares no centro do Rio em que é, simplesmente, impossível usá-lo. O som falha mais do que funciona. É, eu sei. Nenhum rádio é imune a esses problemas. Verdade. Mas porque meu Nokia funcionava perfeitamente onde esse falha miseravelmente?
O alcance é bom o bastante para deixar o telefone na mesa, e... continuar sentado na cadeira. Nem pense em se afastar. Com 2 ou 3 metros a coisa pipoca. Com meu Nokia dava para se afastar uns bons 6 metros, antes de começarem os problemas.

O som é até razoável. Não é a oitava maravilha, mas funciona. O volume é médio. Não dá para exagerar na empolgação, que o aparelho pede arrego. Pelo menos os graves existem - apesar de não serem extremamente profundos. Os agudos tendem ao estridente se o volume subir muito.

Se estou satisfeito? Médio. É melhor do que ficar amarrado com fios. Se acho que a compra foi boa? Não. Foi menos ruim do que ficar sem fone, mas não foi boa não.

O que vou fazer a respeito? Estou vendo se trago um Sony MW600 lá de fora. Espero que seja melhor que este Philips, Se não for a coisa vai ser triste...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Dá licença, x86 - ARM passando!

Pois é isso mesmo. Parece que a hegemonia da arquitetura x86 nos PCs está ameaçada. O que é excelente: com mais opções de arquitetura a competição aumenta - e o leque de possibilidade se expande.

Que tal escolher entre altíssimo desempenho ou consumo irrisório? Talvez um computador com pouca CPU - e um vídeo mais parrudo - para tocar filmes fullHD na sala? Não? O seu negócio é computação paralela?

Ora pois, temos aqui o que você precisa: uma CPU híbrida, com uma parte de uso geral (para seu sistema operacional) e outra destinada apenas a cálculo de ponto flutuante. O consumo de energia? Menos do que você imagina!

É, eu sei. O "papel" aceita qualquer coisa, e só porque eu escrevi não quer dizer que seja verdade. Vamos começar do começo então?

Começa pela NVidia: Ela anunciou uma nova CPU (é, Cpu, não Gpu) - baseada na arquitetura ARM. O alvo dela é o datacenter, onde as capacidades massivamente paralelas das GPUs dela podem ser exploradas ao máximo. Mas está insinuando, também, que o futuro produto poderia ser utilizado com sucesso para serviços WEB. O produto não seria uma CPU para ser colocada em um soquete, e vendida a preço de banana. Não. A NVidia tem como objetivo os grandes compradores, como análise de dados, clusters científicos e afins. E para isso a solução seria vendida pronta. Se na forma de uma placa de expansão, ou como uma máquina fechada e completa, não se sabe ainda.

Muito bom, muito bonito. Mas... o que isso tem a ver com o Desktop? Porque passar filme na sala é, definitivamente, uma atividade Desktop de usuário doméstico.

Agora entra a segunda parte da notícia. A Microsoft anunciou que o Windows 8 (previsto para algum ponto de 2012) também rodará na arquitetura ARM. E isso pode ser o impulso que faltava para que a arquitetura ARM entre na no PC das pessoas. Sim, porque na casa (e na vida) ela já está.

Não? Você sabe que não comprou nada com um processador ARM? Pense de novo. Seu celular usa um processador ARM. O que? Você tem um IPhone? É, ARM também. IPodIPad? ARM. Você aí atrás, balançando os braços: seu Android roda um processador ARM também.

Não tem celular? Mas tem TV a cabo? Grande chance de que o decoder use um ARM. Não tem decoder? Apenas um mídia player, que liga na TV? ARM, na esmagadora maioria dos casos.

O fato é que a venda de processadores de arquitetura ARM já superou, em números, a venda de toda a família x86 por larga margem. Eles apenas não se prestavam a computadores pessoais, pois o desempenho total era fraco. Esta é a razão de não serem muito populares para o público em geral.

Mas agora... quem sabe? Quebrar o monopólio x86 no PC será excelente. Vai servir para baixar preços, mudar paradigmas e fornecer uma escolha mais diversificada para os usuários. Só falta agora a arquitetura PowerPC voltar aos Desktops. Lembra dela? Usada nos Macintoshes, a um tempo atrás? Ela não morreu - longe disso. Atualmente está empurrando os mainframes da IBM, entre outras coisas.

Nunca teve entrada no mundo dos PCs porque a Microsoft nunca portou o Windows para esta arquitetura. Mas funcionou muito bem nos Apple. Até os G3, últimos Macs a usar este processador - salvo engano meu.

Silencioso, não é? Ninguém da turma do pinguim perguntando quando é que ele vai ser portado para os ARM, não é? Bom, todo usuário (porque todo mundo tem "consumidor", e só informática e traficante é que tem "usuário"?) Linux sabe que ele já roda nos ARM faz tempo. Então o suporte para a arquitetura é novidade apenas para quem usa Windows. Verdade que, com o ele entrando em campo, a coisa deve melhorar para todos nós - já que ele é, indiscutivelmente, o sistema operacional para desktop com o maior número de usuários atualmente.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

GOG - nada de RIP para você!

Pois é. Acabou que era mais uma jogada publicitária. Parece que eles desejam concorrer com a plataforma Steam (ainda não tive confirmação disso).

Faz sentido, já que eles praticamente faziam isso. O site reabrirá, totalmente modificado, em coisa de 19 horas - a contar da postagem desta notícia.

Em algum ponto no meio do caminho eles colocarão mais 4 vídeos no ar, mostrando o que houve e para onde vão.

Agora é só esperar para ver - já que prometeram novidades. :D

terça-feira, 21 de setembro de 2010

GOG - RIP

Lembram que eu tinha falado sobre o Good Old Games (www.gog.com)? Pois é. Fechou. A culpa é toda de vocês, que não compraram lá! Eu fiz a minha parte, comprando uns 6 jogos! :P

Amanhã, 22/09/2010, eles devem dar mais detalhes. Garantem que as pessoas que já compraram poderão baixar aquilo a que tenham direito, e que a idéia básica por trás da coisa não morreu.

Ainda não sabemos o que aconteceu, mas logo eles contam. Neste meio tempo fico pensando: "Ainda bem que comprei PainKiller, Sacrifice, Blood e outros tantos!". Agora que fecharam... tsk.

Quando eu souber mais posto algo aqui.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

IPhone4 - Epic Fail

Como vocês já devem saber, a Apple recém-lançou o IPhone4. Com diversas capacidades novas, como multitarefa (WTF?) e afins. Mas não é este o motivo do post. O motivo é muito mais bizarro.
Por um defeito de projeto é possível, apenas segurando o aparelho em uma única mão, fechar um circuito entre as antenas - efetivamente matando a recepção do aparelho. Não, não causa danos físicos ao aparelho ou ao usuário. Sim, removendo a mão o sinal retorna. Não, não é razoável.

Mas o melhor de tudo foi a resposta de Steve Jobs: "Just avoid holding it that way." Não é fantástico? Agora o problema não é no aparelho - é no formato da mão humana!

Aqui vemos outra reportagem a respeito, dizendo basicamente a mesma coisa: se você encostar a mão na parte inferior esquerda do IPhone4 (fechando o circuito entre as antenas expostas), a recepção morre.

Sim, todos os celulares são afetados pela posição de nossas mãos. Uns mais, outros menos. Alguns pontos dos aparelhos, se tocados, levam a uma pequena queda na recepção. É normal, e parte do funcionamento de um equipamento que use rádio. Mas o caso do IPhone4 é que o sinal cai a zero. E a posição é tal que se você segurar o aparelho com a esquerda (para digitar com a direita, por exemplo), é grande a chance de que sua recepção pare. Não é lindo?

Fica a dica.

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